30 março 2010
Dentro dos meus pensamentos mais privados eu acho, acho mesmo que para todos existem aqueles dias que você sente que não será o que pode se chamar de uma boa companhia. Dias, horas, até semanas em que você sente que precisa ficar sozinho, talvez acompanhado de um pote de sorvete, um copo de bebida, seu ursinho de pelúcia, a brisa e o vento das ruas, não sei. Acompanhado apenas de qualquer coisa que não tente decifrar seus pensamentos ou o que você sente. Alguma coisa que não te faça perguntas, que respeite teu silêncio, tua ausência de palavras. Nesses dias em que você sente e sabe que necessita de paz, reflexão, solidão o trabalho, a rotina, a responsabilidade, a razão insistem em te puxar, chamar de volta para a realidade com um eco. Mais muitas vezes não há jeito ou julgamento a ser feito para condenar quem necessita se reestabilizar emocionalmente. Não há nada que pague ou compre uma consciência limpa, o sossego de se livrar de um problema ou trauma, o alivio de sentir que algo ou alguém passou a não te afetar mais. Mais esses ganhos não são assim, tão simples. Exigem que você reflita, fique um bom tempo em sua própria companhia, esqueça os outros e o que vão pensar e julgar. Exigem que você jogue fora pensamentos, vinganças arquitetadas, planos fracassados e uma série de frustrações, como alguém que simplesmente abre uma lata de lixo qualquer e joga objetos de que deseja se livrar, de forma que nunca mais volte a vê-los. Porque o tempo imposto que temos para nos recuperarmos de caídas e rasteiras é mesmo muito curto, talvez até menor do que isso. A vida passa e de que vale tentar entender o que já aconteceu?E de que vale afinal remoer pensamentos?De que vale se desviar de um trauma rapidamente, encontrar o caminho para a felicidade logo em seguida e de repente, ao cruzar uma avenida ou entrar na rua errada inesperadamente dar de cara com o muro das lamúrias passadas? De que vale a pressa em se recuperar? Afinal a temida pergunta: De que vale viver sempre em paz?
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