
Hoje a minha tristeza não vai inundar meu rosto de lágrimas, de modo que ele fique tão molhado quanto as poças de água da tua calçada em dias chuvosos. Hoje a minha tristeza não será como um terremoto que vai desabar e causar danos. Hoje a minha tristeza tão pouco será o furacão ou vendaval que chega para deslanchar tudo. Hoje a minha tristeza não vai se ocultar através de um olhar vazio ou de um sorriso carregado de esperança. Hoje a minha tristeza vai ser invisível como o ar, vai ser sólida como as paredes desse quarto. Aliás, hoje eu mesma serei invisível. Não verei a luz do dia, não escutarei o toque do telefone. Viverei pelo menos por um tempo, não importa o quanto no meu proprio mundo, na minha fantasia, nos meus sonhos que ainda nem sei quais são. Mais mesmo assim, vou imaginar. Imaginar o dia do nosso final feliz. Final não, apenas o começo. Hoje a minha tristeza só quer deitar por tempo infinito até perder os sentidos, até perder o senso da realidade tão comum e desprazerosa. Viver doí mais.
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