
Sempre quis traduzir em palavras a minha idéia sobre a vida. Mais nada é tão difícil quanto isso. Muitas vezes minha própria vida me dá a idéia de montanha russa. Nunca dá pra saber o tamanho da emoção do trajeto apenas de olhar. Está tudo normal até você sentar no carrinho e ele começar a andar. Aí pronto: a irrupção do frio na barriga aparece e o que vai vir a seguir é completamente inesperado, incerto. As subidas e quedas podem ser estupendamente maravilhosas e terrivelmente ruins e mesmo assim vão se abater sobre você da mesma maneira: como um choque violento, drástico. Após uma longa decida de repente, tudo parece e não só parece, está mesmo de ponta cabeça. Quando o looping dá a volta só sinto meus pensamentos embaralhados, os acontecimentos confusos, as idéias acopladas e desintegradas ao mesmo tempo em uma só cabeça, já não sei o que quero, o que sinto, quem eu sou. Quando você pensa que não vai terminar nunca mais, e até se acostuma com a sensação, esquece de como era se sentir do outro jeito, da vida de antes tudo torna ao mesmo lugar surpreendentemente ou não. São as voltas da vida, as coisas mudam, mudam de perspectiva, trocam de lugar e o que garante que depois dessa volta gigante tudo não tende a tornar exatamente ao mesmo lugar, de alguma maneira ou de outra? Algumas coisas mudam terminantemente para sempre e jamais retornam mais a ser o que eram antes, mais muitas despedidas da vida não são o “adeus” para sempre e sim um até logo disfarçado, uma pausa breve ou longa, nunca eterna. A vida é feita de encontros, desencontros, reencontros e despedidas, você não vai controlar a maioria deles, mesmo que tenha a certeza disso. Não dá para puxar a lavanca da enorme montanha russa sem fim da vida, você não vai colocar as mãos nos botões do seu destino.
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