01 abril 2011

Just a small town girl...

    Elise era uma garota que foi criada na vida pacata de uma cidadezinha de interior chamada Diamontine. Filha de um fazendeiro muito rígido e órfã de mãe, ela cresceu vendo as outras crianças se divertindo sob a luz do sol enquanto ela estava sempre presa a sombra de sua casa. Todas as crianças da região eram coradas e viçosas e a pobre Lise tinha a pele mais alva do que as paredes descascadas do sótão de sua casa, lugar que alias era onde ela passava seu tempo livre. Desde pequenina ela adorava ler, estando sempre à frente das outras crianças de sua idade. O sótão era forrado por livros das mais diversas cores, capas, espessuras e assuntos. A medida que a menina crescia a pilha de livros diminuía e então ela lia novamente seus favoritos com o mesmo vigor da primeira vez. Lise nunca teve amigos. Seus únicos divertimentos eram os livros e trançar seus cabelos escuros. Todas as noites por volta das 9 toda a cidade já estava recolhida e boa parte dela já dormia. Em uma noite abafada de verão a menina decidiu andar um pouco pelos arredores da propriedade, caminhou um pouco mas logo voltou e adormeceu. O costume de andar a noite permaneceu e a cada dia, ela ia se afastando um pouco mais. Até que um dia foi tão longe que avistou uma plataforma de trem, e sem hesitar andou até ela. Deslumbrada para sentir a liberdade, pegou uns trocados do bolso e embarcou no trem da meia noite. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
    Mais um garoto da gigante população urbana. Era assim que se definia Felix. Não tinha nada especial que os garotos da sua escola não tivessem. Ia ao colégio, tirava notas na média, gostava de jogar vídeo game, ia em diversas festas. Em uma noite quente e esturricante, não conseguiu dormir e cansado dos eletrônicos, foi dar uma volta pela gigante avenida de seu edifício residencial. Ao fim da avenida avistou a plataforma de trem. Impulsionado por uma obstinação que ele jamais havia visto em si, comprou um bilhete e embarcou no trem da meia noite. Já estava tão longe que decidiu descer, e pegou o vagão do outro lado, que provavelmente levava o caminho da volta. Pisou no chão do vagão, este totalmente vazio e com uma aparência morta e vazia. Não havia ninguém a não ser uma figura no último banco, do outro lado de onde ele se encontrava. Era uma garota. De longe não era possível ver seus traços, mais seus cabelos caiam trançados até o fim das costas e toda sua pele do braço ao colo e rosto era de um branco gélido. Ela vestia um longo vestido florido e botas marrons muito surradas, como se ela tivesse caminhado muito. Suas pequena mão segurava um livro grosso, vermelho com um letreiro dourado e desgastado.Muito atraído pela garota que parecia caipira, mais era bonita ele foi se sentar do lado dela. Ela se amedrontou ao ver o estranho sentar ao seu lado de repente, com tantos outros lugares, mais seus olhos a contrariaram contemplando a beleza do rapaz. Era exatamente como os príncipes de seus livros de romance. Alto, moreno com traços perfeitos, parecia confiante e gentil. Percebendo como ela o olhava ele parou para admira-la também, e agora cada detalhe de seu rosto era visível e seus olhos eram redondos e expressivos.

- Posso sentar aqui? – Perguntou ele
- Já sentou. – Sorriu ela, que tinha uma voz grave mais muito delicada.
-Para onde vc está indo?
-Onde você vai? Os dois riram da coincidência de perguntarem ao mesmo tempo, e ela respondeu primeiro: -  Na verdade eu não tenho ideia.
- Eu também não. Como veio parar aqui?
-Caminhando. Por impulso talvez, e você?
- A mesma coisa. Você tem nome menina do livro?
- Menina do livro? – riu ela
- É, eu meio que te denominei assim quando decidi puxar conversa com você.
- Esse é o meu favorito, Orgulho e Preconceito. Nunca saíria de casa sem ele. Me chamo Elise e você?
- Felix – disse ele, estendendo a mão para formalizar a apresentação.
- Porque decidiu se sentar aqui?...Felix
- Você me pareceu interessante.
- Interessante de um jeito legal ou só esquisito?
- Acho que os dois. Alguma coisa me atraiu pra me sentar aqui, do mesmo jeito que algo me atraiu para pegar esse trem.

Timidamente ela passou as mãos pela própria trança

-De onde você veio, Elise?
-De onde você nunca ouviu falar. – Falou ela e sorriu presunçosa.       



    A medida que os dois já estavam enlaçados em uma conversa era claro e transparente que pertenciam a mundos completamente diferentes. O garoto festeiro da cidade grande e a garota estranha da fazenda eram as últimas pessoas do mundo que poderiam ter algo em comum. Mais tinham. Ambos se sentiam solitários, perdidos, pressionados e também no fundo, incompletos.   A noite ia passando e a cada minuto que passava Felix e Elise pareciam estar mais interligados, as mãos tinham se aproximado e já não desviavam o olhar um do outro. O trem já estava perto de parar na plataforma final que era a que se encontrava no coração da cidade. A plataforma final era o destino de Felix e mais que isso, era a quebra do encontro de almas. A medida que Elise sentiu o trem parando seu sorriso foi esmaecendo e o lugar que por poucas horas tinha sido palco dos seus sonhos se tornou escuro e sombrio, como se uma nuvem escura tivesse invadido sua visão. 
   Nesse momento ela desejou que todas as cenas que tinham vivido juntos no vagão fossem apenas parte de seus delírios de menina. Mais real ou não, ela sabia que os.dois tinham compartilhado aquela noite através de um olhar. Para sempre.

Inspiração: Don't stop believing 

13 outubro 2010

Confessions of a (broken) heart

Eu não posso mentir que me sinto leve no momento. Porque eu não me sinto. Eu não posso mentir que não chorei mais depois de tudo, quando na calada da noite passada tudo que eu conseguia ouvir eram meus murmúrios e tudo que eu conseguia enchergar era o vazio da escuridão, tudo que eu pude sentir foram as lágrimas salgadas me pesando as pálpebras e molhando meu travesseiro. Não posso dizer que acordei e me senti como em mais um dia normal. Porque não me senti. Não levantei e me arrumei simplesmente, apenas arrastei meu pequeno corpo sentindo-o fraco, definhado, impotente. Não senti os aromas normais, não consegui me alimentar direito e sim apenas para sobreviver, já não me importando. Ouso dizer que nem mesmo respirei como de habito, o que eu sentia entrar nos pulmões era um ar fraco, comprimido, mirrado. De fato eu não sei o que é o amor, nem como ele funciona, nem nenhuma dessas regras. Eu não recebi esse manual. Mais eu sei que eu te amei, não importa como. Eu dediquei muitas horas pensando em você e em tudo que vinha de você. Eu observei cada traço seu, guardei cada segundo que passamos juntos só pra mim. Na verdade eu quis muito você só pra mim, quis isso mais do que tudo. Guardei cada palavra carinhosa, todos os meus beijos e abraços só pra você. Você foi tudo pra mim e eu já esperava que fosse mesmo desde que te vi. Eu não espero que ninguém entenda isso, porque eu não sei guardar os meus sentimentos só pra mim mais também não arrisco despejá-los assim para que todos escutem. Eu sei que você é único. E sei também que vai estar aqui no fim do dia. E só que eu não quero ser a garota de coração partido de novo. Eu acho que não aguento. Sinceramente, com amor.

24 agosto 2010

Keep Trying

Eu me canso, eu penso em desistir, fugir, sumir, mais não. Não desisto e posso dizer isso agora mais do que nunca em alto e bom som. Tenho claro em minha mente que quero e idealizo fazer parte de um mundo melhor. Ou melhor, minha ambição vai mais longe: não quero fazer parte, quero ser uma parte, um pedacinho mesmo que seja mínimo, mais que faça a diferença. Eu não apenas quero ser realizada, plena, feliz, sorridente como também quero que os outros a minha volta sejam assim, quero que irradiem luz, que lutem por seus ideais, que levantem a cabeça, que acordem e esperem ser melhores e realmente sejam. Quero que se motivem apenas em dizer eu não desisti, pelo menos de tentar. E que sintam orgulho. Orgulho só mesmo por estar tentando sobreviver em meio a tantas dificuldades, tanta loucura em um plano que o certo se difunde ao errado todo o tempo. Quero poder ensinar alguma coisa, nem que seja com os meus erros, quero que aprendam com o que eu não fiz. Quero também não só por vaidade poder e ser especial de alguma maneira para alguém e que seja recíproco, verdadeiro. Quero ter coragem para seguir e de certa forma ser a coragem ao te dizer: não desista. Por mim, por você, por eles. Continue tentando.

23 agosto 2010

Nothing, but a sad day

Hoje a minha tristeza não vai inundar meu rosto de lágrimas, de modo que ele fique tão molhado quanto as poças de água da tua calçada em dias chuvosos. Hoje a minha tristeza não será como um terremoto que vai desabar e causar danos. Hoje a minha tristeza tão pouco será o furacão ou vendaval que chega para deslanchar tudo. Hoje a minha tristeza não vai se ocultar através de um olhar vazio ou de um sorriso carregado de esperança. Hoje a minha tristeza vai ser invisível como o ar, vai ser sólida como as paredes desse quarto. Aliás, hoje eu mesma serei invisível. Não verei a luz do dia, não escutarei o toque do telefone. Viverei pelo menos por um tempo, não importa o quanto no meu proprio mundo, na minha fantasia, nos meus sonhos que ainda nem sei quais são. Mais mesmo assim, vou imaginar. Imaginar o dia do nosso final feliz. Final não, apenas o começo. Hoje a minha tristeza só quer deitar por tempo infinito até perder os sentidos, até perder o senso da realidade tão comum e desprazerosa. Viver doí mais.

08 agosto 2010

this life will surprise you

Sempre quis traduzir em palavras a minha idéia sobre a vida. Mais nada é tão difícil quanto isso. Muitas vezes minha própria vida me dá a idéia de montanha russa. Nunca dá pra saber o tamanho da emoção do trajeto apenas de olhar. Está tudo normal até você sentar no carrinho e ele começar a andar. Aí pronto: a irrupção do frio na barriga aparece e o que vai vir a seguir é completamente inesperado, incerto. As subidas e quedas podem ser estupendamente maravilhosas e terrivelmente ruins e mesmo assim vão se abater sobre você da mesma maneira: como um choque violento, drástico. Após uma longa decida de repente, tudo parece e não só parece, está mesmo de ponta cabeça. Quando o looping dá a volta só sinto meus pensamentos embaralhados, os acontecimentos confusos, as idéias acopladas e desintegradas ao mesmo tempo em uma só cabeça, já não sei o que quero, o que sinto, quem eu sou. Quando você pensa que não vai terminar nunca mais, e até se acostuma com a sensação, esquece de como era se sentir do outro jeito, da vida de antes tudo torna ao mesmo lugar surpreendentemente ou não. São as voltas da vida, as coisas mudam, mudam de perspectiva, trocam de lugar e o que garante que depois dessa volta gigante tudo não tende a tornar exatamente ao mesmo lugar, de alguma maneira ou de outra? Algumas coisas mudam terminantemente para sempre e jamais retornam mais a ser o que eram antes, mais muitas despedidas da vida não são o “adeus” para sempre e sim um até logo disfarçado, uma pausa breve ou longa, nunca eterna. A vida é feita de encontros, desencontros, reencontros e despedidas, você não vai controlar a maioria deles, mesmo que tenha a certeza disso. Não dá para puxar a lavanca da enorme montanha russa sem fim da vida, você não vai colocar as mãos nos botões do seu destino.

I should like?

Gosto quando você me olha, assim mesmo sem expressão. Gosto quando você sorri e está ao meu lado. Gosto quando mantém suas mãos perto das minhas e quando inocentemente acaricia meus cabelos. Gosto do seu beijo e dos seus abraços. Gosto do modo como me lembro de você, mesmo longe e de pensar se um dia estaremos juntos de verdade. Gosto como me surpreende e como não sei dizer não para você.Gosto como meche comigo sem que eu nunca admita nem para mim mesma. Gosto do claro quando fica claro que você me quer mais uma vez. Sobretudo, gosto do modo como não te tenho agora, nem mesmo um pouquinho.

30 julho 2010

simple things

Adoro deitar na cama e ouvir o som dos carros na avenida embaixo da minha janela de madrugada. E o reflexo da lua cheia. Comer crepe feito por mim mesma. A luz do dia batendo forte no rosto. Aumentar o som do carro. A grama verde das estradas. Andar saltitando. Ouvir e cantar uma música realmente boa. Bolhas de sabão. Ganhar no meu joguinho favorito de sempre. Segurar forte a sua mão em uma roda de amigos. Soltar uma risada alta. O barulhinho de “uma nova mensagem”. Ler uma história boa. Deitar e adormecer no sofá. Ter cores novas nas unhas. Fotografar. Tomar sorvete de menta. O sorriso de uma criança. Corações, milhares de corações. Fazer malas. Quarto de hotel. Esperar o cabelo secar no sol. Matar as saudades. Sentar na janela do avião. Vestir meu sapato preferido. Ver sua janelinha piscar. Colocar os pés na areia.Fotos antigas. Chorar em um filme. Abraçar alguém querido. Ler revistas de trás para frente. Ter metas para realizar. Rir dos meus próprios desastres. Coisas inesperadas. What makes you happy?

20 julho 2010

The truth about love

Olha aqui, afinal não é como dizem, não é como eu sonhei ou como me contaram. A verdade sobre o amor é exatamente o que tem me parecido: que ele tem sim, prazo de validade. Isso significa também que a qualquer momento ele pode acabar, que do dia para a noite ele pode se quebrar, se destituir em mil pedacinhos ou até ir morrendo devagarzinho, diminuindo aos poucos. Um amor de anos pode terminar assim, sem motivo ou razão aparente, do nada. E também existem os amores que duram apenas alguns dias, algumas horas e ainda sim não deixam de ser amor de verdade porque não pode ter sido mentira ou engano, se você sentiu aquilo ali, com você por mais que não tenha duração. A paixão foge, o horizonte se desdobra para que pareça sempre o mesmo mais de repente não consegue mais porque o mundo gira, os móveis da tua sala trocam de lugar, a paisagem lá fora já não é mais a de sempre, as expectativas e os objetivos mudam. E embora o mesmo coração esteja sempre com você ele concerteza não será o mesmo para sempre

13 julho 2010

Is this real?

Eu não me encontrei exatamente no país das maravilhas. Alias muito pelo contrário, o que eu fiz foi me perder mais. Deitada na grama tão ilustramente verde, posso sentir o cheiro forte das flores que me cercam, são todas de um vermelho sangue intenso, da mesma cor do laço de fita que tenho nos cabelos. E é aqui nesse lugar em que só existe eu e eu mesma que vivo mais intensamente meus sonhos mais desconhecidos, aqui que eu posso imaginar tudo, sem jamais ser interrompida ou descoberta por nada nem ninguém que vá me levar de volta a realidade. Fecho os olhos e por mais que não queira minha imaginação me leva direto ao nosso reencontro. Nele estamos apenas eu e você em um lugar que conhecemos bem e a primeira coisa que acontece e que você me pega no colo e me envolve em um beijo longo, quase sem fim repleto de desejo e também de saudades, sentamos os dois e enquanto você acaricia meus cabelos, me sinto mais uma vez infinitamente segura e leve, mesmo tendo conhecimento que essa sensação não durará para sempre. E nem em sonho dura. Cansada de imaginar sabendo que continuo eu na minha e você na sua vida, tão distantes e também tão breves, meus pensamentos se voltam para minha infância. A felicidade, a ingenuidade que infelizmente se foram sem despedidas. Fui tão infantil de querer crescer rápido, me livrei das minhas bonecas muito antes que muitas crianças sem a menor pena e muito menos sem saber que hoje, tudo que eu queria era sentar e brincar. As bonecas são fáceis de lidar penso, elas sempre querem estar perto de você, sempre estão aonde você as deixou, nunca te abandonam sem dar explicações, te dão alegria facilmente. Apesar de não ter a menor noção do árduo caminho que me esperava no futuro, fui feliz na infância e não à toa ainda carrego um jeito sonhador e quase infantil de pensar porque ainda tenho muito que crescer e não tenho pressa. Não quero deixar de viver na fantasia, contos de fada existindo ou não são tão nítidos para mim que mesmo que a única certeza do meu destino continue sendo a incerteza, ainda acredito nos sonhos, no amor. Na minha cabeça as imagens continuam, passam aniversários, festas, presentes e risadas continuam a ecoar como uma música de fundo. A sensação é tão boa, que o filme continua a girar, cada vez mais rápido. Passam momentos, viagens, beijos, abraços, paixões, sorrisos, decisões e o inesperado sempre acompanhando. Esse é a grande palavra, a grande definição da minha vida: surpresa. Não adianta tentar adivinhar, prever, sentir. Não dá para saber as próximas cenas desse filme longo, e quaisquer que sejam elas, esteja você presente comigo ou não, eu tenho certeza, que com o tempo tudo virá para melhor, afinal sempre foi assim. Sinto algo que parece ser um pequeno chute na canela e abro os olhos com as pálpebras ainda formigando. Não há nada e nem ninguém a minha volta. Talvez tenha sido só o chamado da realidade.

09 julho 2010

wish you were here, with me.

Eu desacredito em olhares. Porque quando você me olha fundo, eu penso que realmente posso te ver, te sentir quando na verdade nunca saberei o que se passa dentro da sua cabeça quando me olha desse jeito. E quando sinto sua respiração quente cada vez mais perto do meu rosto, suas mãos nas minhas, nossos pés entrelaçados penso que te tenho, que te pertenço. Quando na verdade, nunca passarão de breves momentos em que também não sei se é você que me engana ou eu mesma que penso longe demais. Eu queria poder te dizer muitas coisas, e principalmente pra não se preocupar, não ter medo. Eu posso ser compreensiva quanto a você, nós e os outros. Mais existe uma coisa que eu jamais serei: corajosa.Nunca terei a coragem de olhar nos seus olhos e dizer isso, nunca vou conseguir ao menos teclar essas palavras que eu queria tanto, poder dizer.

14 junho 2010

I know you're leaving in the morning,

Sei que essa noite enquanto eu estiver me preparando para dormir, você não estará mais comigo. Porém aquela sensação de te ter comigo ainda não vai ter ido embora. Mais pela manhã, ah pela manhã será tudo diferente. Meu corpo acordará frio, minha boca seca, a vista da minha janela cinzenta como sempre e todo aquele encanto vai ter ficado para trás, com você. É provável até que eu precise de provas, de que não foi mais um sonho. E se nós nos encontrarmos de novo, o que vai acontecer? Só o próximo outono vai poder dizer...

13 junho 2010

All falls down

Estava agora á porta daquele prédio, como já havia estado tantas vezes. Tantas vezes...Mais essa era diferente. Os cabelos estavam presos para trás, carregava uma pequena maleta de viagem azul bebe e no rosto tinha uma expressão de dor? Ansiedade?Tristeza? Ela pouco sabia. O porteiro que já a conhecia, abriu o portão e sorriu assim assentindo para que ela se dirigisse a seu conhecido destino de sempre. Mais devagar do que o costume, ela caminhou até o hall de paredes coloridas e enquanto esperava o elevador, olhou detalhadamente cada canto daquele lugar, que havia se tornado tão comum para ela. Ela pisaria novamente naquele chão? Ajeitaria seu cabelo naquele espelho de novo algum dia? Surpresas que só a vida com o tempo iria lhe responder... O elevador anunciou sua chegada e logo parou ao andar de destino. A medida em que se aproximava da campainha, crescia sua ansiedade, seu coração palpitava, sumiam lhe os sentidos. Ainda tremula, tocou. Antes que tivesse tempo para repensar seus gestos, seu discurso e falas planejadas a porta se abriu. Os olhares se encontraram, era visível a reação de surpresa dele em vê-la ali, de rosto sério, pequena como sempre e de mala na mão. Ela já não queria dizer mais nada, queria pular em seu colo, sentir seu abraço por tempo indeterminado e só não dizer nada...E então fastigada de segurar seus impulsos toda vez, o abraçou forte fechou os olhos e sentiu ele corresponder, passando a mão em seus cabelos, beijando seu rosto. Ficaram assim por menos tempo do que ela gostaria e quando ele a soltou, ela se recompôs para dizer:
-Não sabe porque eu vim? Disse, ainda com o rosto quente de tremor.
Ele continuo a encarar com afeição aquela criatura pequena, com ar de determinação que estava a sua frente com os olhos brilhando e por fim respondeu com seu ar desligado de sempre:
-Não, foi surpresa.
Passou a mão nos cabelos e tentou fazer ar de desdém para dizer:
-Vim me despedir.
-Despedir?
- Por incrível que pareça, por tempo indeterminado. ---------------------------------------------------------------------------------

12 junho 2010

Hoje...

Hoje eu errei. Resolvi me prender a sentimentos do passado. Me arrependi. Ri sozinha. Chorei por nada. Me iludi. Hoje eu senti falta. Da sua mão na minha. Da minha infância. Do sol que me iluminava. Das coisas de antes, até as ruins. Hoje eu quis. Um colo para deitar.Uma reviravolta. Pisar meu pés na areia. Largar tudo. Quis mais que tudo o inesperado. Hoje eu sorri também. Para as crianças que passaram por mim. Por ter esperança. Para me proteger. Hoje eu me surpreendi. Comigo mesma. Com meus sentimentos. Com as voltas do mundo. Hoje eu olhei. Para dentro de mim. No fundo dos olhos das pessoas. A minha volta. Hoje foi o último. O último abraço. A última lágrima. O último sonho. A minha última chance de sentir. Amanhã é o recomeço. A chance. O pesadelo. A realidade.

15 abril 2010

The heart wants what the heart wants .

Muitas vezes o coração quer o que o coração quer. Simples? Nem tanto o quanto pode parecer...Ás vezes não adianta o quão longe você vá para fugir de você mesmo, o quanto você tente se convencer a dar uma chance para aquilo que parece ser o certo, o quanto você tente tirar uma idéia ou uma pessoa da cabeça, simplesmente parece que o coração não te escuta, não te entende e ainda teima com você. E tudo isso é gostar de sofrer, gostar do impossível, gostar de errar, do que obviamente não presta? Não sei, essas perguntas irrespondíveis que não afligem só a mim me perturbam constantemente, sobretudo naquelas horas. As horas em que não sei o que fazer, o que escolher, que me pego pensando em você, que surpreendo a mim mesma indo pelo caminho menos obvio de todos. Horas de tormento, dúvida, arrependimento, paixão, saudades, sentimentos infinitos que fazem mesmo parte dessa fase e idade confusa em que me encontro. Mais as horas passam, as dúvidas passam, os arrependimento são esquecidos, a saudades morre, as paixões vão embora e...Amanhã ou depois tudo pode voltar, será? Minha única certeza entre todos esses conflitos emocionais é uma só: o que o coração quer, o que o coração pede não adianta negar. Sem mais, sem menos, sem virgulas ou questionamentos o melhor a fazer e seguir o seu coração, já que ao contrario do que pensamos, não somos nós que mandamos nele mais sim somos comandados .
Sou alguém com sonhos e medos desconhecidos, com uma cabeça inquieta, repleta de pontos de interrogação. Com alguns defeitos que podem ser ou não levemente suportáveis. Alguém que gosta de sorrisos, que desacredita veementemente em coincidências banais. Aprendi a parar de idealizar e lamentar as coisas que não acontecerão do jeito que planejei. Sigo sempre meu coração e sou completamente movida por impulsos e talvez por isso que eu tenho uma serie de histórias imprevisíveis para contar. Já mudei de direção derrepente diversas vezes, percorri caminhos longos e curtos, e é por isso que não divido tudo em certo ou errado. Sei bem o que quero, mais não é por isso que eu sempre sei o que estou sentindo ou o que devo fazer exatamente. Quando olho para trás percebo o quanto o mundo dá voltas e confesso que preferia não ter crescido porque para crescer precisei quebrar a cara, me decepcionar e deixar de acreditar em algumas coisas. Construo minha história não em começo, meio e fim mais sim em capítulos. Gosto de registrar cada momento de alguma forma e vivo o presente sem perder minhas memórias ou deixar de pensar no que pode acontecer no futuro.